David Duchovny: April 2005

Tuesday, April 26, 2005

O Canada*

Estou em Montreal, ou bem pertinho de Montreal, na verdade. Comecei a filmar "The Secret" ontem. Até agora, tudo bem.

House of D vai abrir em 300 cinemas esta sexta, e eu tenho que agradecer a vocês por isso. Para aqueles que não estão em Nova York ou Los Angeles e que não tiveram a chance de ver o filme, eu estou certo de que vocês podem visitar o website ou contactar a Lions Gate para descobrir em que cinema o filme vai estar passando perto de vocês. Cliquem no botão "mercados expandindo" à direita.

Novamente, muito deste trabalho vai estar nas mãos de vocês, não vai haver muito dinheiro investido em publicidade, então, se vocês não estiverem interessados, vocês podem não ficar sabendo que o filme está aí fora. O mercado é tão lotado, tão complicado e tão caro. Eu tenho que dizer que estou realmente animado com as reações extremas que o filme tem provocado tanto nos críticos quanto no público. Amor e ódio. Qualquer coisa é melhor que uma reação morna. Ok --- eu percebi que estou no caminho certo e vou prosseguir. Mal posso esperar pra começar o próximo filme. Talvez no outono, talvez depois. Preciso atuar um pouco mais antes que eu fique muito velho e ninguém se interesse. Continuem acreditando. Continuem espalhando as notícias.

Não desistam. Estamos expandindo. Sejam agressivos. Invadam os websites das pessoas --- eu não sei do que eu estou falando. Mas tentem alcançar além de um pequeno círculo, nós sabemos o que amamos, e tentem interessar os outros que podem não saber ou não estarem inclinados. Ainda podemos pegar fogo. Nos falamos em breve. dd

*Nota: "O Canada" é o primeiro verso do hino canadense.

Monday, April 25, 2005

Obrigado por gritarem

Olá. É o segundo fim de semana, e eu espero que o filme esteja encontrando o seu público. Eu tenho tantas lembranças de fazer este filme. De coisas que mudaram tanto na minha cabeça, de flashes inesperados. Os acidentes são as melhores coisas em um filme, talvez na vida. Eu estava fazendo uma entrevista de rádio com o Alice Cooper e ele disse que gosta de gravar com os músicos dele quando eles não estão sabendo, quando eles estão se aquecendo, porque estão soltos e livres. Eu sei como ator que é parecido, e como diretor eu tentei dar aos meus atores essa liberdade. Minha frase favorita no filme, quando Erykah/Lady diz a Tommy, "não comece com as mãos no quadril, faça o seu caminho até lá", foi algo que Erykah simplesmente inventou quando ela viu o jeito com que Anton tinha colocado as mãos no poste. Um ator fazendo algo inesperado, forçando uma resposta inesperada de outro ator, não é exatamente improvisação, mas é um acidente, um acidente preparado por uma quantidade insana de planejamento.

Aí está a dificuldade. É preciso muito planejamento pra ser capar de tirar vantagem dos acidentes.

Espero que vocês todos estejam tendo um bom fim de semana. Espero que bastante gente lote os cinemas pra ver House of D. E que aqueles que tenham visto e gostaram do que viram estejam espalhando as notícias com urgência. É um sentimento bom, de que a vida do filme está apenas começando. Eu tive um amigo/diretor que dizia "você não vai saber o lugar que este filme tem na sua vida ou na vida das outras pessoas por pelo menos três anos." Bom, um brinde à primeira semana, e contando. Obrigado por espalharem as notícias e manterem o filme vivo. Nós não temos o dinheiro para a publicidade para gritar em um mercado lotado. Vocês são o meu modo de gritar. Obrigado por gritarem.

Tuesday, April 19, 2005

Mensagem em Áudio #5: Só o Começo

Oi a todos. É o David, e eu estou de volta pra casa -- com um pouco de gripe, hum (tosse), as crianças estão doentes, a esposa está doente, hum, mas é o *lar*. Então, hum, eu estou ligando só pra agradecer a todos que vieram e fizeram do fim de semana um sucesso. E, hum, foi ótimo fazer as sessões de perguntas e respostas, e encontrar alguns de vocés aí fora, e, hum, eu aprecio todo o seu esforço e toda a sua boa vontade, e, hum, o que é que eu estou fazendo? Hum, vou tirar alguns dias de folga, e então finalmente vou partir para Montreal, no domingo. Começar a trabalhar, atuando, naquele filme. Mas eu vou continuar a checar, vou continuar, hum, "blogando", e nós vamos continuar a festa, hum, porque este é só o começo de House of D e, hum, desses tipos de blogs para mim. Ou, vocês sabem, *um* blog para mim. Hum, então, mesmo *depois* de House of D. Então, aí está, eu novamente aprecio todo o seu carinho, todo o seu respeito, pelo filme, por discuti-lo dessa forma, e, hum, eu aprecio o seu aplauso, sabem? Como eu disse, eu fiz o filme pra vocês, e vocês estão encontrando o filme. Então, mesmo com a gripe e soando estranho, eu não poderia estar mais feliz. Tudo bem. Se cuidem.

Mais trabalho a fazer

Hey, todo mundo -- de volta pra casa, finalmente. Só queria agradecer a todos por fazerem do filme um sucesso financeiro este fim de semana. Um fim de semana já foi, falta o outro. Esqueçam alguns críticos críticos. Não insistam neles. A propaganda boca-a-boca vai se espalhar e eu ainda preciso de vocês paa falar e falar e falar sobre House of D para combater a aparente alegria que algumas pessoas estão sentindo em me derrubar, ou a Robin Williams.

Se vocês foram ao cinema, sabem como o filme funciona bem. Eu ouvi de vocês alto e claro, e agradeço por toda a reação. Eu ouvi suas risadas e vi as lágrimas. Como eu disse em Nova York, é o filme de vocês agora. O próximo fim de semana é vai ou racha. Juntem as tropas. Vão de novo, vocês mesmos.

Forcem as pessoas (dentro do limite da lei) a ir ver House of D e elas vão agradecer a vocês. Eu gostaria de ler os comentários de vocês mas tem alguma coisa errada com o meu computador. Amanhã. Vamos dormir um pouco e então voltar ao trabalho. Obrigado a todos, David.

Saturday, April 16, 2005

Cabelos Brancos

Bom dia. Em primeiro lugar, para todos vocês que foram apoiar House of D no Loews Lincoln Square em Nova York, obrigado. Nós nos divertimos muito. O filme correu lindamente. Houve muitas risadas e até mesmo alguns soluços (e não f.d.p.s, mas falaremos mais sobre isso mais tarde)*... Toda aquela gama de emoção e envolvimento que eu queria para todos vocês. Então nós nos encontramos depois de algumas exibições, nas sessões de perguntas e respostas, e pudemos nos conhecer um pouco melhor. O público foi bom, mas é apenas o sábado do primeiro fim de semana e ainda há muito trabalho a fazer para que House of D sobreviva em um mercado saturado. Continuem trabalhando por mim, continuem dizendo às pessoas que não sabem sobre o filme que vão vê-lo. Façam com que as pessoas em Nova York e Los Angeles digam a outras se elas gostaram do filme, e que ele vale os dólares que elas trabalharam duro para ganhar. Em alguns lugares, em particular Nova York e Chicago, as respostas dos críticos não foram o que eu teria desejado em um mundo perfeito, mas eu meio que esperava algo assim, sendo o filme tão diretamente emocional como é, e a emoção não é necessariamente um atributo cinematográfico que um crítico valoriza. Tudo bem. Mas eu vou dizer a vocês que para cada resposta negativa dos críticos eu tive dez positivas, e cem respostas positivas do público, como quando você arranca um cabelo branco e vários mais nascem no lugar. E deixem-me dizer a vocês, cabelos brancos são algo sobre o que esse processo maluco me ensinou muito. De qualquer forma, o que eu quero dizer é: eu não fiz House of D para os críticos. Eu não fiz House of D para mim mesmo. Eu fiz o filme para vocês: um público. Está lá fora esperando por vocês. Vão encontrá-lo e dizer aos outros como encontrá-lo. Insistam. Tudo se resume aos números agora. Continuem trabalhando nos números e o filme vai ficar lá fora, e um público vai encontrá-lo. Estou enviando isto do meu telefone e meus dedos estão com câimbras. Obrigado, e eu vou entrar em contato em breve. David.

*Nota da Tradutora: David mais uma vez usou um jogo de palavras intraduzível - "sob" = soluço, e "s.o.b" = abreviação para "sons of a bitch", ou filhos da p***.

Friday, April 15, 2005

Como um Filho

Finalmente estamos aqui. O dia da estréia. A três horas, na verdade, da primeira exibição pública de House of D. Um filme é como um filho. Você o alimenta, e o apóia, mas um dia ele precisa sair de casa e fazer acontecer sozinho.

Hoje é este dia. Há tantas pessoas a agradecer, que ajudaram a criá-lo, mas agora isso é passado. Agora, o filme é de vocês. Espero que vocês tenham tanto carinho por ele quanto nós.

Wednesday, April 13, 2005

Primeiro VideoBlog

David publicou um vídeo de uma sessão de perguntas e respostas. A transcrição e a tradução vão estar disponíveis aqui em breve.

Dois dias e contando

Olá a todos. Eu tenho alguns minutos antes da gravação do TODAY show, e estou usando um computador emprestado. Eu quero agradecer a todos vocês pelo apoio na Filadélfia e em Nova York. Em todas as exibições, e tem havido muitas, vocês do blog, e vocês amigos do blog, têm sorrido e se apresentado para mim. É uma sensação boa. A reação ao filme tem sido incrível. Todas as vezes que exibimos, as pessoas parecem tão gratas pelo filme e eu estou tão agradecido por isso. Nós temos exibido tanto que eu só espero que existam pessoas lá fora que vão ter que pagar para ver o filme. Brincando, eu estou brincando. Eu sempre aprendo de novo e de novo como o meu humor seco pode ser mal-interpretado. Eu estou tentando me curar do hábito da falta de comunicação. Eu me escondo atrás dela às vezes, acho. Não estou brincando.

A estréia foi o máximo. Minha esposa, meu irmão e minha irmã, minha mãe e um monte de amigos de infância, alguns dos quais eu não via há 30 anos, estavam lá. Minha orientadora da faculdade, Princeton, estava lá e foi ótimo revê-la, embora eu tenha tido que controlar a vontade de pedir a ela que desse uma nota ao filme. A festa depois do filme foi como uma festa com amigos. Foi bom relaxar com Anton e Robin e Zelda e, é claro, Téa.

Eu espero que o nosso pessoal em Nova York e Los Angeles esteja pronto para tomar o Loews da Lincoln Square e o Grove. Eu sei que muitos de vocês têm tentado fazer reservas no Grove e eles ainda não publicaram os horários, e portanto não podem fazer as reservas ainda. Continuem tentando. Eles vão terminar decidindo os horários e vocês vão poder reservar os lugares. Eu quero dizer mais uma vez o quanto este primeiro final de semana é importante. Eu não quero parecer grosso, mas eu preciso de vocês aí fora para irem ao cinema este final de semana e mandar uma mensagem, de que existe um grande apetite por House of D, o que eu realment acredito que seja verdade. A reação das pessoas, tanto as jovens quanto as mais velhas, ao longo do caminho tem sido tão impressionante para mim. Agora é hora de vocês verem por si mesmos e então, como eu tenho pedido várias e várias vezes, espalharem a notícia. Porque o poder da palavra, da propaganda boca-a-boca, é melhor, mais forte e mais sincero do que o poder bruto da publicidade. Não que nós tenhamos tal poder bruto, mas de qualquer forma... digam aos seus amigos em Nova York e Los Angeles que eles têm um trabalho a fazer.

Eu estarei fazendo uma sessão de perguntas e respostas em Nova York para o público pagante no Loews da Lincoln Square nesta sexta, dia da estréia, às 4:50 e 7:15, e então no sábado às 4:50. Todos horários pm, eu presumo. Vejo vocês lá. Me digam que vocês são amigos do blog, tragam amigos que não são, e espalhem isto por aí como um resfriado agradável. Um brinde aos dois primeiros finais de semana! Desde já, obrigado pelo apoio e pelas palavras de vocês. Viajando, eu senti falta de ler as suas mensagens no blog, mas eu vou pôr tudo em dia em breve. Vejo vocês em dois dias, nos cinemas.

Tuesday, April 12, 2005

Mensagem em Áudio #4: Reações Incríveis nas Exibições

Oi a todos, me desculpem por ter deixado de me comunicar, mas eu estou viajando, como vocês devem saber, e estou longe do meu computador, e a idéia de tentar postar uma mensagem longa no meu trio, que é um tipo de palm pilot (computador portátil), faz com que meus polegares doam e tenham câimbras só de pensar. Vou tentar encontrar um computador amanhã, depois do Today Show -- eu não tenho conseguido parar, onde é que nós estávamos mesmo? Na Filadélfia, e então em Nova York por alguns dias. Várias exibições do filme, eu tenho me encontrado com muitos de vocês, que têm se identificado para mim -- o que é maravilhoso -- as exibições estão indo tão bem, é tão incrível, a reação das pessoas a este filme e os agradecimentos que eu recebo por fazer um filme como este fazem tudo valer a pena. Alguém me perguntou ontem o que seria preciso para que este filme seja um sucesso, e eu disse que sinto que já é um sucesso. Tendo dito isto, todos nós já temos as nossas ordens* desde algumas semanas atrás, e nós vamos tentar encher os cinemas em Nova York e Los Angeles -- Nova York no Lincoln, Los Angeles no Grove, no dia 15 de abril, cada cadeira ocupada -- mandem mensagens para que possamos aumentar o número de cinemas -- tudo isso em Nova York é o máximo, a primavera chegou, e eu fui correr no Central Park, o que não faço com frequência, mas é que o tempo tem estado tão bonito. Eu fui mostrar o filme na minha antiga escola, o que foi surreal. E, hum, vai ser um dia cheio amanhã com as entrevistas no Today e no Letterman. E outras coisas, a família está aqui e é muito bom estarmos todos juntos de novo em Nova York -- eu vou fazer uma sessão de perguntas e respostas no Lincoln Theater depois de duas exibições na sexta e no sábado. Então, se algum de vocês estiver em Nova York, faça o possível para ir às exibições -- e vocês vão ter que pagar, desculpem, mas já é hora de começar a pagar por esse filme. Eu vou tentar, como disse antes, postar um texto amanhã e também checar os seus comentários -- eu não li nenhum, eu não cheguei nem perto de um computador ultimamente, como eu disse. Eu estou ansioso por isso e, hum, sem dúvida eu vou falar com vocês e escrever para vocês. E obrigado de novo por todo o apoio e toda a energia e a animação. Tudo bem, tchau.

*No original, "marching orders" - jargão militar que significa colocar a tropa em marcha.

"Playlist dos anos 70" para House of D

Aqui está a minha lista das "Melhores dos Anos 70" para o iTunes:

1. MELISSA - Allman Bros - Canção de amor "faux-cowboy"* de cortar o coração. Sussurros de eternidade e sacrifício. Greg Allman canta como se conhecesse o sentimento.

2. THANK YOU - Sly and the Family Stone - Um "funky funk funk"* com uma letra cheia de sabedoria. Se enrosca no seu peito como uma serpente, e então ataca a sua cabeça até que você vire presa.

3. ISIS - Bob Dylan - Está tudo lá, se você conseguir decifrar.

4. SIMPLY BEAUTIFUL - Al Green - Se você tocar esta música para ela e não conseguir nada, não vai conseguir nunca.

5. WILD HORSES - Rolling Stones - A melhor canção de amor rock'n'roll de todos os tempos.

6. STRAWBERRY LETTER 22 - Shuggie Otis - Mágica, funk e um som de sininhos que toca nos meus sonhos.

7. LANDSLIDE - Fleetwood Mac - É, eu sei que é meio fraca, mas Stevie Nicks sente o que canta e eu passei pelo meu primeiro rompimento com essa música. Me processem.

8. SAMBA PA TI - Santana - A melhor canção de amor rock'n'roll de todos os tempos, sem letra. Você pode criar a sua própria história com ela e é sempre boa.

9. BUILD ME UP BUTTERCUP - The Foundations - Porque me faz feliz.

10. PASTTIME PARADISE - Stevie Wonder - Coolio* sabe.

11. SATELLITE OF LOVE - Lou Reed - É como um molho agridoce.

12. HOME AT LAST - Steely Dan - O mundo em um grão de areia.

Clique aqui para amostras do playlist no iTunes...

Notas da Tradutora:

* "faux-cowboy" - algo como uma canção country falsa. Acredito que David esteja fazendo referência ao romantismo exacerbado da música country americana.

"funky funk" - a música funk originalmente tem a conotação de algo com ritmo, dançante. Usada como adjetivo, a palavra funky dá a idéia de ênfase.

Coolio é um rapper americano que fez bastante sucesso há alguns anos com "Gangsta Paradise", usando um sample da música citada por David.

Thursday, April 07, 2005

Mensagem em Áudio #3: O Longo Caminho para Casa

Oi, é o David, e eu sei que já faz algum tempo desde que eu postei aqui no audioblog. Na verdade, eu gravei um post há cerca de uma semana, e ele era brilhante, eu tenho que dizer isso a vocês. Era engraçado, e caloroso, e inteligente, e teria dado um grande filme... e se perdeu. E eu tenho certeza de que provavelmente foi melhor assim, que tenha se perdido. Eu não me lembro o que eu disse, e não era assim tão engraçado, nem tão caloroso, nem tão inteligente. Então, não vamos nos preocupar com isso. Hum. E eu acho que desliguei direito, também. Vamos ver o que acontece aqui.

Eu estou indo para a Filadélfia hoje, no caminho para Nova York, onde eu vou estar para a estréia do filme no dia 15 de abril, e eu só queria dizer obrigado a todos vocês pela experiência deste blog, e pela experiência de me comunicar com vocês através do meu computador, tem sido uma experiência comovente e que abriu meus olhos, e eu espero continuar depois que o filme sair, quero dizer, depois que o filme sair e desaparecer, seja quando for que isso aconteça. Eu sei que o filme vai ficar em cartaz por algum tempo mas eu só estou dizendo que depois que for lançado em DVD e tudo o mais, que eu gostaria de ter um fórum de discussão para continuar a fazer este tipo de coisa, porque traz as coisas para uma escala menor, o que é muito legal, uma escala mais humana. Tendo dito isso, vocês sabem, eu queria agradecer a vocês por toda a energia que vocês têm investido em tentar fazer com que o fim de semana de estréia, no dia 15, na Lincoln Square em Nova York e no Grove em Los Angeles, seja um sucesso, e em tentar atrair as atenções para o filme, eu realmente aprecio tudo isso e eu espero, e sei, que quando vocês forem ver o filme tudo terá valido a pena. Então, obrigado, talvez eu tente gravar mais um desses, ou dois, quem sabe, e eu desejo o melhor a todos vocês. Obrigado, tchau.

Obrigado

No meio da reta final por aqui. E, sim, eu tenho lido muitas das suas respostas, e há tantas coisas tão amáveis e interessantes que é impossível responder a todas, porque quando eu chego ao fim delas eu já esqueci o que eu queria dizer. Mas entendam a minha intenção --- eu estou ouvindo vocês, e na minha cabeça eu estou respondendo a todas as perguntas à medida em que elas são feitas. Se isso soa loucura, não é, é só um pouco de cansaço.

Para aqueles de vocês que estão enfurecidos com a minha pontuação preguiçosa e falta de parágrafos --- da última vez eu abri parágrafos, e quem quer que seja que está transferindo minhas palavras para o blog, essa pessoa tirou os parágrafos. Eu juro. Deve ser uma conspiração. Uma conspiração de gramática.

Eu estou indo para a Filadélfia hoje e então para Nova York para me reencontrar com a minha família e fazer a publicidade final antes do dia 15. Aparentemente, vocês podem reservar os ingressos desde já para o fim de semana de estréia no Grove em Los Angeles, e em Nova York na Lincoln Square, no Fandango --- o que quer que seja isso --- eu consegui essa informação através de um de vocês. Obrigado.

Eu estava estupidamente ansioso por discutir o filme neste blog, já que as pessoas já começaram a assisti-lo, mas como foi amavelmente comentado em uma das respostas, isso poderia arruinar o filme para a maioria das pessoas que não assistiu ao filme ainda, então obrigado pela discreção --- eu não tinha pensado nisso, de tão animado que estava ao falar sobre o filme, e queria falar um pouco mais ainda com pessoas inteligentes e compreensivas como vocês. Vocês foram espertos ao se refrearem.

Meus cachorros sabem que eu estou partindo de novo. Eles vêem a mala e ficam deprimidos. Isso me faz sentir culpado. Meu gato... não parece se importar, na verdade.

Agora eu estou realmente tagarelando, não falta muito agora --- vocês todos têm sido maravilhosos, continuem me apoiando --- tenham os dois fins de semana de estréia em Nova York e Los Angeles como um objetivo em mente, pra encher os cinemas. Isto está em nosso poder. Eu quero dizer, no poder de vocês. E obrigado a todos aqueles que têm se aproximado de mim nas exibições e mencionado o "blog". Virou um tipo de aperto de mão secreto, ou código, não é? "Eu sou um amigo do blog", etc. Vou deixar uma mensagem em áudio hoje, e checar da estrada. Obrigado, David

Sunday, April 03, 2005

Eu Vejo Vocês Lá Fora

Oi de novo. Eu tentei postar um audioblog mas alguma coisa deu errado*, então nós estamos trabalhando nisso. "Postar", como se eu fosse um músico ou algo do tipo. Tivemos exibições maravilhosas em Seattle, San Francisco, San Diego e Los Angeles. A resposta ao filme tem sido impressionante para mim pessoalmente, ver como as pessoas apreciam esse tipo de filme e narrativa, e as perguntas provocativas que são feitas, e todas as risadas durante as sessões de perguntas e respostas. Viajar desse jeito é difícil e eu não acho que um dia vá conseguir digerir todos os amendoins torrados com mel que andei comendo, mas a troca de idéias com um público ao vivo faz com que tudo valha a pena. Tendo feito o filme, eu tenho uma visão de dentro pra fora, mas à medida que eu começo a enxergar o filme da perspectiva do público, eu realmente aprendo sobre ele de um modo que torna tudo novo para mim --- eu estava dando uma entrevista numa rádio para um jornal de faculdade em San Francisco, e o jovem repórter me fez uma pergunta tão fantástica que eu a incluí no meu repertório. Ele disse, é evidente que o menino de doze anos no filme deve se rebelar e fugir de modo a se tornar um homem longe da segurança da infância (bem, eu sabia disso), mas então ele comentou que o homem de 43 anos (meu papel no filme), de modo a se tornar um homem maduro, deve RETORNAR à família (ou sociedade). Um retorno. Uma simetria onde a definição do que é um homem adulto na verdade se torna o seu oposto, ao decorrer de uma vida. (eu não tinha pensado nisso) mas é bom. Muito bom. Definições diferentes do que significa ser um adulto que muda e flui à medida que o tempo muda e flui. Eu contei à minha esposa e ela disse --- eu sabia disso. Eu perguntei como. Ela disse, porque eu conheço você. Alguns de vocês blogueiros têm se identificado para mim nas exibições e tem sido muito bom encontrar vocês. Dar um rosto, ou rostos, à muitidão de vozes lá fora. O que eu estou esperando ansiosamente, em especial, é que agora que alguns de vocês estão vendo o filme, nós podemos começar a discuti-lo aqui, ao invés de eu ficar tagarelando sobre como vocês precisam ir ver o filme e como vocês vão adorar o filme, nós podemos realmente começar a ter um diálogo sobre algo específico ao invés de eu sentar aqui num vácuo repetindo blá, blá, blá, house of d house of d house of d. Eu já mencionei que vocês vão ter que pagar para ver o filme no fim de semana de estréia (estou brincando) (mais ou menos) Fizemos uma exibição com uma sessão de perguntas e respostas com Anton Yelchin ontem à noite. É sempre bom vê-lo. Ele é tão esperto e articulado e divertido. Eu espero que ele tenha a chance de aparecer em alguns programas de entrevistas - ele é tão seguro de si e honesto. O sentimento no filme tem sido muito apreciado. É um filme sentimental, e eu falo sobre isso com frequência. É um assunto assustador para um cara que está prestes a lançar um filme, porque aqui no mundo dos negócios em Hollywood, as pessoas nos dizem, e eu posso ver isso pela atitude e pela atmosfera do modo em que estamos vivendo agora, que sentimentos, e sensibilidade sem pieguice, schmaltz ou bathos*, devem ser evitados, não dão bilheteria, não atraem os garotos para os cinemas. A idéia predominante é de que garotos não querem sentir. Bem, parte da inspiração para este filme foi contar uma estória sobre como um homem aprende a sentir e a moral de ser um homem (ou mulher) que sente. Nós vivemos em um tempo de desconfiança e cinismo, e há uma boa razão para isto, mas filmes são uma válvula de escape e às vezes um reflexo do mundo como ele é, e às vezes um reflexo do mundo como gostaríamos que ele fosse. Eu quis fazer um filme que lidasse honestamente com as verdades difíceis do crescimento, que visse o humor ilimitado nisso, e então a infinita tristeza do tempo que passa. É um filme para homems e mulheres. É um filme para um encontro romântico. É um filme que vocês vêem com seus pais. Com seus filhos. É sentimental. Tem sentimento. Isto não é um insulto. Imaturo. Insensível. Sarcástico. Depreciativo. Estas palavras são insultos. Eu vou ser atacado pelo sentimento. Vou aceitar os ataques com alegria. Basta, basta, basta, estou começando a irritar a mim mesmo. A imprensa está começando a tomar conhecimento deste blog. Está se tornando um fenômeno. Isto é porque estamos sob o radar aqui. Estamos fazendo tudo sozinhos. E não custa dinheiro, apenas sentimento. Por isso, eu agradeço a vocês. Até mais tarde --- DD

*Nota da Tradutora:

1. snafu - situation normal totally fucked up, ou "uma situação normal totalmente f*****.

2. Bathos - palavra grega para "profundidade". Em inglês, é geralmente usada para definir tipos de arte que parecem ridículos ou piegas.
Schmaltz - palavra judaica que expressa excessiva sentimentalidade na arte ou na música.